Não somos escritores. Mas de tempos em tempos, inspirados em nossos mestres maiores, escrevemos.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Trilhas e Rumos



Não estou sózinho
sinto eu a cada passo dado
neste mundo em que somos milhões
e nos sentimos ninguém.

Mas não, comigo não
a cada passo dado
não sinto que somos...
sou milhões!

A tempos sei que não estou só
e que sou guiado por estas terras...
Neste mundo me prometeram
que nele mesmo encontraria o inferno

E é nele agora que eu carrego
minha própria cruz adiante.
No entanto sei, que nesta sacra via
Estarão ali as rosas a desabrochar.

Então, terei aquilo que preciso
para sempre continuar
na estrada decisivo
sem medo de desanimar.


Impelido por alguém especial, voltei a escrever no blog. Futuramente renderei suas devidas homenagens, pois agora ainda não tenho a devida inspiração para tal.

Lanço aqui mais uma poesia do tipo das menores. Tentando colocar o papel a idéia da trilha, do caminho, da senda, que todos temos de seguir, escolher qual seguir no decorrer das nossas vidas. Nestas escolhas sentimo-nos muitas vezes solitários, seja de qual ordem for esse caminho. É natural sentirmos a solidão de que somos os únicos a tomarem aquele rumo. E não há nada mais verdadeiro! Cada pessoa em seu universo próprio tem um único rumo a tomar. Embora sigamos sempre um mestre, alguém que admiramos e almejamos alcançar, devemos sempre nos adaptar seus passos para nossas próprias vidas, de forma que cada um tem um caminho próprio e ninguém segue por um caminho acompanhado. Daí sentimo-nos só. Isso é natural e acontece com quase todas as pessoas que tomaram a decisão de seguir algo (infelizmente a minoria das pessoas, pois os demais ainda não escolheram nada, apenas andam para frente pois a vida os empurra, se assim não fosse, estariam sempre estagnados no mesmo lugar). Entretanto, com o tempo percebe-se que na verdade, embora tenhamos trilhado sempre solitários, estivemos sempre acompanhados de muitas outras pessoas que, como nós, aceitaram o desafio de cair na estrada. Cada um na sua, óbvio, mas todos unidos ao mesmo destino.

Assim, deparamo-nos nesse caminho com o mundo. Ele é a floresta da qual percorremos a trilha. Ele que nos colocará os galhos e obstáculos do caminho. A primeira vista este mundo é o inferno, como dizem alguns. Entretanto, esse inferno é a chão que temos a seguir! Este inferno é o terreno que plantamos nosso crescimento. Se quisermos seguir uma trilha, antes de mais nada temos que ter o chão para pisar! Que inferno é esse? Senão as oportunidades para crescermos, vencermos nossas dificuldades e evoluirmos! Eis aí a cruz que carregamos por nossa via sacra, um simbolismo do sofrimento que Jesus passou durante seu caminho até sua ascensão. Mas essas dificuldades convertem-se em rosas, quando vencidas. Eis aí a força que anima todos a continuar seguindo. A transmutação do sofrimento em aprendizados, no crescimento, no caminho percorrido.



Jonas Vargas